VELHICE NÃO É SINÔNIMO DE OBSOLESCÊNCIA

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Wanderley Parizotto, economista.

“OBSOLESCÊNCIA, definição: substantivo feminino.  Condição do que está prestes a se tornar obsoleto, inútil, ultrapassado: Processo que torna algo antiquado, obsoleto, ultrapassado”.

Em 50 anos o mundo mudou mais do que no resto da sua história. O avanço tecnológico promoveu profundas transformações na vida da sociedade sob quase todos os ângulos.

Verdades absolutas caíram por terra. Profissões perderam sentido e desapareceram. Outras surgiram. Segmentos da economia foram engolidos dando lugar a novos. Tudo numa velocidade avassaladora. Robôs, aplicativos, plataformas tomaram lugares antes ocupados por pessoas.

Hoje falamos com robôs. Eles nos atendem, perguntam o que queremos. Nos cobram. Vendem serviços e produtos.

Em poucos anos os carros serão robôs. Não precisarão de motoristas. Eles já existem. Logo serão produzidos em escala industrial.

A única certeza que há: o dia seguinte sempre será diferente. Talvez, até a morte natural será uma escolha em alguns anos. Quem sabe?

Não considero este processo como desenvolvimento, mas como ‘avanços tecnológicos’. Pois entendo como desenvolvimento a ação ou efeito relacionado com o processo de crescimento ECONÔMICO que proporcione maior bem estar à maioria.  Não é o que observo. Mas isto será tema de outra conversa.

O fato de algo ser novo, não significa que seja bom ou verdadeiro. Tudo precisa ser investigado,  discutido e refletido por nós. Ouvir opiniões de terceiros é importante, mas formar nossos conceitos é fundamental para o nosso crescimento, independente da nossa idade.

Enredados em tantas mudanças frequentes, o risco que temos de nos tornar obsoletos é enorme. O mais perverso, é que não percebemos. Não ficamos obsoletos de uma hora para outra. O processo é lento e imperceptível. É uma doença silenciosa, sem dor. Mas quando é diagnosticada, as possibilidades de cura são mínimas.

Principais sintomas da obsolescência:

– Achar que o passado era muito melhor;

– Perder a curiosidade ou o interesse pelo que é novo;

– Ter medo do desconhecido;

– Achar que não tem competência para entender o que não é conhecido;

– Usar frequentemente frases do tipo: Isso não vai funcionar, nunca foi assim. Ou: No meu tempo ninguém pensaria nesta bobagem. Estou muito velho para isso, já passei da idade.

Bem, se você tem um ou mais sintomas, a doença da obsolescência está  contaminando você.

E isso é grave. Pois pode inviabilizar você na sociedade, na vida pessoal e profissional.

Este processo não tem ligação direta com a idade, mas sim, com a forma de ver e se relacionar com o mundo.

Se você é daqueles cujo sonho é ter uma única profissão toda a vida e aposentar-se, terá sérios problemas.

Se já é aposentado e acredita que sua vida será do jeito que é hoje pelo resto dela, terá sérios problemas também. Lembrem-se, viveremos muito tempo.

As pessoas ficam obsoletas em qualquer idade.

Não saber manejar ferramentas tecnológicas, não é ser obsoleto. Não querer, ou entender que não é necessário ou achar que não consegue, é ser obsoleto.

Pessoas ficam obsoletas. As empresas ficam obsoletas em razão de pessoas obsoletas. Estas empresas somem. Mas as pessoas não.

Países ficam obsoletos quando grande parte da sua população é obsoleta.

Ser retrógado, reacionário, obsoleto, não diria que é opção pessoal somente, embora tenha grande peso. Mas é possível evitar.

Ter no desconhecido o estímulo para desvendá-lo é ótimo caminho. Em vez de medo e comodismo, curiosidade e inquietude são os antídotos para essa doença tão perversa: a obsolescência. A opção é sua.

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