SAÚDE MENTAL, É PRECISO FALAR SÉRIO SOBRE ISSO. IBGE: depressão aumenta 34% e atinge 16,3 milhões de brasileiros

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Em Tóquio, mesmo sem querer, a atleta norte-americana Simone Biles, fez o cérebro ganhar medalha de ouro.

“Durante anos, Simone Biles foi uma das melhores a deixar de lado a dúvida, ou os demónios, e concentrar-se em vencer. De repente – para alguns, de forma chocante – decidiu que estava farta.

Ao vestir o blusão branco no meio da final de ginástica olímpica, Biles poderá ter redefinido a discussão sobre saúde mental que tem percorrido os desportos desde o ano passado.

Michael Phelps, vencedor de um recorde de 23 medalhas de ouro e agora aposentado, há muito fala abertamente sobre como contemplou o suicídio após as Olimpíadas de 2012, enquanto atormentado pela depressão. Agora analista da cobertura de natação da NBC, disse que assistir à luta de Biles “partiu o meu coração”. “A saúde mental nos últimos 18 meses é algo sobre o qual as pessoas falam”, disse Phelps. “Somos seres humanos. Ninguém é perfeito. Por isso, sim, está bem não estar bem”.

Biles junta-se a outros atletas de alto nível no espaço olímpico – na sua maioria mulheres – que têm falado abertamente sobre um tópico que foi tabu nos desportos até há pouco.

– A tenista Naomi Osaka desistiu do Aberto da França, nunca foi a Wimbledon e, após a saída precoce em Tóquio nesta semana, reconheceu que o caldeirão olímpico era demais para aguentar;

– A velocista americana Sha’Carri Richardson disse que usou drogas para mascarar a dor da morte de sua mãe biológica, para não falar da pressão dos 100 metros;

– O ciclista holandês Tom Dumoulin deixou o campo de treino em Janeiro para clarear a cabeça, e encontrar o caminho como ciclista. Retomou os treinos em Maio; na quarta-feira, ganhou a medalha de prata no contra-relógio individual masculino;

– Liz Cambage, uma jogadora da WNBA que compete pela Austrália, abandonou as Olimpíadas uma semana antes da estreia, devido à ansiedade de entrar numa bolha covid controlada em Tóquio, que manteria longe os seus amigos e familiares.

Biles, porém, levou as coisas a um novo nível – que agora torna pensável fazer o que era quase impensável apenas 24 horas antes. Deu um passo atrás, avaliou a situação e percebeu que não seria saudável continuar.

“Tenho que fazer o que é bom para mim, focar-me e não colocar em risco a minha saúde e bem-estar”, disse Biles em pranto depois dos EUA conquistarem apenas a prata na competição por equipes.

O Comité Olímpico Internacional, ciente das lutas que os jovens atletas enfrentam, aumentou os recursos de saúde mental antes dos Jogos de Tóquio. Psicólogos e psiquiatras estão presentes na vila olímpica e estabeleceram uma “Linha de Ajuda para Mentalmente Fit”. A linha direta 24 horas é um serviço gratuito que oferece em mais de 70 idiomas apoio clínico, aconselhamento estruturado de curto prazo, apoio prático e, se necessário, orientação para os mecanismos de denúncia do COI apropriados em caso de assédio e/ou abuso.

O nadador australiano Jack McLoughlin ficou em lágrimas depois de ganhar a prata nos 400 metros livres, descrevendo como as pressões do treino durante a pandemia enquanto terminava o curso de engenharia quase o levaram a desistir da modalidade.”

ANTES DE ATLETAS, PEDREIROS, ADVOGADOS, ENGENHEIROS, MOTORISTAS…., HÁ O SER HUMANO E COMO TAL DEPENDE DO CÉREBRO PARA CORRER, ESCREVER, NADAR, DIRIGIR OU, SIMPLESMENTE, NÃO CONSEGUIR MAIS FAZER AQUILO QUE SEMPRE FEZ.

Há exemplos conhecidos em toda atividade humana evidenciando que quando o cérebro está doente, o corpo não funciona.

Recentemente, o jogador de futebol do Flamengo, Michael, em entrevista relatou seu drama. Segundo ele próprio, pensou em suicídio, largar a carreira de sucesso, abandonar tudo. Não entendia a razão pela qual não conseguia mais fazer aquilo que sempre fez com naturalidade: Jogar futebol. Sua transferência milionária de um time de menor expressão para o Flamengo, trouxe tanto glória pessoal e esportiva como uma pressão insuportável de corresponder à expectativa criada sobre o seu desempenho. As cobranças externas  e dele próprio o levaram a não conseguir jogar. Da tristeza à depressão, da depressão ao mau desempenho. Criou-se, então, um ciclo negativo que parecia não ter fim ou saída. Com ajuda de terapeutas e de um companheiro de clube, que passou pelo mesmo problema há alguns anos, tratou da sua saúde mental. E, com muita dedicação no cuidado do seu cérebro, voltou a fazer o que sempre soube: jogar bola. Há seis meses, estava quase encostado no clube, sendo questionado por todos, diretoria, imprensa e torcida. Hoje é um dos principais atletas do time rubro-negro carioca. 

Para correr, nadar, assentar tijolos, conduzir um veículo, escrever um livro, construir pontes, enfim, a saúde mental precisa estar em primeiro lugar. 

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